Sobre o Stephen

Olá; eu sou o Stephen. Esta é a história do que eu faço e como eu acabei fazendo isso. Tudo começou quarenta anos atrás, quando eu sonhava em escapar da minha própria mente.

Eu era conhecido na época como Thubten Sangye. Isso foi depois que eu cheguei de carona em carona até a Índia e fui ordenado na escola Gelugpa do budismo tibetano – cabeça raspada, vestes marrons e tudo o mais. Por razões que são tão complicadas como a vida eu percebi oito anos depois que eu realmente não pertencia àquele lugar (a história resumida está aqui se você estiver interessado; a versão longa no meu livro de memórias). Esse não foi o fim, no entanto. Em seus aspectos mais importantes, a minha história só começou a se desenrolar (ou desvendar) quando eu caí como um balão furado de volta ao mundo real.

Dizer que os ensinamentos do Buda continuam a manter o meu interesse é um eufemismo, mas o que eles significam para mim agora – e o que eles fizeram por mim – é muito diferente do que eu esperava. Quarenta anos atrás eu pensei que eu estava destinado a esvaziar minha mente e me transformar em algum tipo de ser radiante. Hoje eu estou feliz de seguir dia a dia sem perder a calma. Você poderia pensar que isso foi para mim uma grande decepção – mas não. A vida é boa, e eu tiro meu chapéu para o Buda por isso.

Como muitos outros, eu cresci frustrado com a falta de sentido da vida consumista. Me afastei do status quo e acabei por desconfiar da sociedade e da religião – até mesmo da ciência e tecnologia. Depois de um tempo pouco convincente como comunista, eu estudei astrologia, radiestesia, linhas de Ley, energia orgônica e várias formas de magia. Esses caminhos alternativos me permitiram sonhar e explorar – foram meus pontos de partida.

O mundo alternativo, bem-intencionado e “contra o sistema” é maravilhosamente complexo. O fato de eu não alcançar nada em particular parecia refletir mais minha incapacidade do que algum problema nos métodos que eu escolhi. Eles permanecem ainda hoje populares e perfeitamente imunes ao senso comum. No final, eu não perdi tanto a fé neles mas simplesmente me afastei – desta vez para o Budismo. Agora isso era diferente.

Muitas pessoas hoje dizem que o Budismo não é uma religião, mas uma filosofia. Há um interesse crescente em algo chamado de Budismo secular, que é muito difícil de definir. A questão é que você pode fazer do Budismo o que quiser: uma religião, uma filosofia, um modo de vida – ele pode até mesmo se tornar uma estrutura intelectual rígida e sem vida, se essa é sua preferência. A mensagem do Buda, no entanto, era a de treinar a mente (não preenchê-la – ou esvaziá-la). Isso demanda algum estudo, mas é principalmente sobre prática – o tipo de prática que é preciso para se tornar um bom músico, um grande jogador de tênis ou um empresário sublime: é uma arte. Eu a defino como a Arte da Reflexão Atenta. Alguns me chamam de um Budista secular, mas eu realmente não sou de classificações.

O Buda começou sua carreira de ensino com uma ousadia que chocaria qualquer profissional de relações públicas: ele anunciou que a vida era essencialmente miserável, mas que ele tinha chegado a um estado de perfeição e poderia apontar o caminho. Por incrível que pareça, deu certo. Isso foi vinte e seis séculos atrás e até o momento do golpe comunista na China o Budismo era a religião mais populosa de todos os tempos. Talvez ainda recupere esse título.

Minha geração da contracultura dos anos 60 tornou formas Asiáticas do Budismo amplamente acessíveis no Ocidente. Hoje, os Dharma Punx e os Buddhist Geeks estão abrindo toda uma nova abordagem das práticas do Buda – não baseadas em culturas exóticas mas nas estressantes e mesquinhas realidades dos guetos de primeiro mundo e do consumismo tecnológico. Minha missão é colocar os textos antigos e nossa nova realidade em pé de igualdade, trazer propósito à vida, entender melhor a felicidade (em oposição ao entretenimento) e acima de tudo trazer paz ao ritmo de vida extraordinário que levamos hoje.

 

Author: Stephen Schettini

Host of The Naked Monk

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